20 outubro 2014

Livro x filme: O Doador de Memórias

4 comentários
Como contei no resumo de setembro, durante o mês passado li livros recentemente adaptados para o cinema. Entre eles O Doador de Memórias. Para falar de ambos por aqui, decidi fazer um comparativo entre os dois:

Não encontrei a capa antiga do livro, mas
a atual é essa (mesma capa do filme).
Sinopse: Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existe dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não existe amor, desejo ou alegria genuína.
Os habitantes da pequena comunidade, satisfeitos com suas vidas ordenadas, pacatas e estáveis, conhecem apenas o agora - o passado e todas as lembranças do antigo mundo foram apagados de suas mentes.
Uma única pessoa é encarregada de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.
Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que seguirá, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.
Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás da utopia começa a se revelar.

Sinopse dada, falemos agora das minhas impressões da história. Primeiro; o livro. sendo ele o inspirador do filme, nada mais justo que eu comece dizendo o que gostei do enredo. A primeira coisa que achei MUITO legal foi o cruzamento e a linha tênue entre distopia e utopia que foi construída.  Ao mesmo tempo que percebemos algo de errado com esse mundo perfeitinho, não é difícil assumir que ele é bem mais organizado e "eficaz" do que nosso modelo de sociedade. Mesmo com todas as privações (que de certa forma são justificadas) o mundo em que Jonas vive foi bem pensado. 







Quando pessoas tem a liberdade de escolher, elas escolhem errado.

E ao mesmo tempo, a justificativa dada para o conflito, foi muito plausível: para essa sociedade viver em perfeita tranquilidade, e para que todos os males atuais fossem excluídos os "criadores" removeram qualquer espécie de sentimento que as pessoas pudessem vir a desenvolver. Exemplo bem básico: as crianças não são geradas da maneira convencional, e são sempre adotadas por casais que foram arranjados. No love! Isso sem dúvida foi uma boa sacada. Como seria um mundo sem sentimentos? Sem o direito de escolher pelo que você realmente quer? Quando no caso não existe você e sim o coletivo do qual você faz parte e tem de agir em prol. O fato é que a "humanidade" acaba sendo tirada das pessoas que vivem assim, e o que consideramos atrocidades hoje em dia (como assassinato de um incapaz) é apenas um ato para o bem e desenvolvimento da sociedade.

 No filme Jonas passa a perceber as sensações/emoções que lhe foram tiradas, como ver as cores. Buguemos tanto quanto ele!

E claro, Jonas que entende essa diferença por conta das memórias que lhe são passadas acaba se "rebelando" contra isso. O que já era de se esperar. Ainda assim, a história acabou com pontos negativos pra mim sorry not sorry: embora o protagonista tenha vivido uma vida sem sentimentos e qualquer tipo de emoção, e isso seja bem expressado na narrativa, esperava que quando ele tivesse acesso as memórias, expressasse seus sentimentos (afinal, o que é uma história sem o tão falado amor? ainda mais essa que trata de sua falta). A amiga de infância dele seria um bom meio dele poder expressar amor. Mas não, ele continua um protagonista bem sem sal.Também achei que o fim poderia ter sido melhor construído, ficamos em um vazio e esperava mais ação. Independentemente disso, a construção da sociedade foi muito bem feita, e a ideia central é ótima.                                                                                                                                                                  


Agora vamos ao filme: num geral achei a adaptação bem feita. O cenário da cidade representou muito bem o que o autor propôs como um lugar no futuro. O elenco foi bem escolhido; Meryl fucking Streep, Katie Holmes e Taylor Swift (ta, a atuação da última foi bem pequena).  Mas duas coisas em especial me irritaram: (1) A mãe de Jonas interpretada pela incrível Katie Holmes parecia só ter uma fala "VOCABULÁRIO APROPRIADO POR FAVOR" e nada além. (2) A confusão de cores; uma hora tudo preto e branco, em outra colorido. Esperava que depois do acesso de Jonas as memórias ele visse tudo colorido e fim. Mas não, fizeram uma bagunça visual alternando, mesmo que isso seja justificável, me irritou. De qualquer maneira, comparando com o livro, achei que ele expressou melhor a questão da humanidade e dos sentimentos, além de ter tido um fim bem melhor construído. 

Enfim, esse foi o primeiro comparativo dos livros recentemente adaptados para o cinema! O Doador de Memórias pra mim é uma história que vale ser tanto lida quanto assistida. Mas particularmente falando, se fosse para escolher um vencedor, gostei mais de ler do que de assistir a história do Jonas. A leitura foi fluída, gostosa. Enquanto o filme foi meio massante e irritante. Anyway, conheçam ambos e me digam o que acham. Caso já tenham lido ou assistido me contem suas opiniões!

4 comentários:

  1. Não tinha ouvido falar nem sobre o filme e nem sobre o livro,conheci a partir desse post.Gostei da ideia central de ambos,mas eu sou bem romântica,se na história não tem amor...eu não sinto vontade de ver,sorry sociedade...Mas enfim,se colocarem pra eu ver o filme eu assisto.
    Beijox
    http://vinteanoos.blogspot.com.br
    xx

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    1. Sim, a ideia que o autor teve foi muito boa ♥ Infelizmente o amorzinho ficou em falta nesse livro Carol :/ Mas o filme é ok, e como você disse, se colocaram por que não assistir? haha

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  2. Melldells Midria, eu já queria assistir, mas agora que li sua resenha estou morrendo de vontade de ler a história (e deixar o filme pra depois, já que chega a ser irritante segundo sua opinião AHHAHAAH).. Claro que dá pra assistir para tomar minhas próprias conclusões, mas com certeza eu iria ler primeiro <3
    Suas resenhas, como sempre.. impecáveis ;)

    Beijão *-*


    Hell ;*


    www.faroestemanolo.com.br

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    1. Leia sim Hell ♥ O livro é um amor! Concordo, vale você assistir e formar uma opinião própria sobre a adaptação. Obrigada pelo elogio (seus comentários como sempre: amáveis) ♥ Outro beijão.

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